terça-feira, 18 de agosto de 2009

Grécia antiga




Linha do tempo que mostra os principais períodos da Grécia Antiga:







De que maneira a explicação de Hipócrates para a epilepsia ilustra o método científico dos gregos?
O médico grego Hipócrates (460-377 a.C) foi o primeiro a olhar para um homem tendo um ataque epiléptico - doença que faz com que as pessoas caiam ao solo, comportando-se como se já não mais tivessem o controle do seu corpo - e dizer: " Não há nenhum deus aí dentro; é um fenômeno do corpo desse indivíduo. "
Todos os outros povos da Antigüidade davam uma explicação mística para o fenômeno. Viam deuses e demônios na epilepsia, chamada de "doença sagrada". Hipócrates afirmava que todas as doenças possuem uma causa natural, não devendo ser encaradas como uma punição divina.
A explicação de Hipócrates para a epilepsia ilustra o que a Grécia Antiga nos proporcionou: a idéia da investigação sistemática, de que o mundo é regido por leis da natureza, e não por deuses cheios de caprichos.



Quem eram os micênicos?
Em tornos de 2000a.C, tribos indo-européias rumaram para o sul, em direção à península grega, onde juntamente com a população pré-grega, formaram a civilização micênica.
Micenas, local extremamente fortificado, foi descoberta após escavações arqueológicas. Em uma série de sepulturas, foram encontradas extraordinárias máscaras de ouro, jóias e armas de bronze pertencentes a essa civilização, cuja existência foi datada entre aproximadamente 1600 a 1150 a.C.
Os micênicos legaram à civilização grega posterior suas crenças religiosas, a arte da cerâmica, a metalurgia, a agricultura, a lingua, um código de honra imortalizado nas epopéias homéricas, além de mitos e lendas que continham a matéria para as tragédias gregas.


Como ocorreu o fim da civilização micênica?
Guerras constantes entre seus reinos, perturbações sociais internas que enfraqueceram as camadas dirigentes e, provavelmente, mudanças climáticas prejudiciais à agricultura levaram à desintegração da civilização micênica por volta de 1150 a.C.



Qual o papel das epopéias de Homero na compreensão do homem grego?
Em Homero fica claro que a guerra era um dos valores primordiais dos gregos. Rivalizar, competir era o único modo de ser digno aos deuses. A excelência humana era conferida principalmente pela bravura e habilidade na batalha. O mundo grego considerava a violência como algo absolutamente natural e um meio para se obterem metais e escravos.



Existiu uma "Guerra de Tróia"? Justifique sua resposta.
Não há certeza a respeito deste fato. Estudos arqueológicos contestam vários episódios narrados na Ilíada. As mais recentes escavações feitas no local levaram a concluir que Tróia não foi destruída por um incêndio. Há provas claras de que o que houve ali foi um terremoto. Diante disso, o historiador inglês Moses Finley, falecido em 1986, propôs que se retirasse definitivamente a Guerra de Tróia dos livros de História. Segundo ele, não há uma só prova consistente de que a guerra entre troianos e gregos tenha acontecido.


Caracterize a pólis grega.
Pouco a pouco, as cidades-Estados gregas - definidas como pólis ou urbes - foram surgindo. Essas urbes não têm certidão de nascimento. Só as reconhecemos quando já estavam funcionando, por volta do final do século IX e no século VIII a.C. Além disso, não houve um desenvolvimento simultâneo.
Cada pólis era independente, tinha suas próprias instituições e freqüentemente entrava em atrito com as outras. Sua dimensão era pequena; a maioria delas tinha menos de 5 mil cidadãos do sexo masculino. Atenas, que era uma grande cidade-Estado, contava com cerca de 35 mil cidadãos homens; o resto de seus 350 mil habitantes era constituído de mulheres, crianças, estrangeiros residentes e escravos, nenhum dos quais tinha direitos políticos.


Qual a relação entre o laconismo e a civilização espartana?
Ao contrário de Atenas, em que as leis eram discutidas por todos os cidadãos, Esparta adotava uma forte rigidez nas leis, que teriam sido atribuídas a um legislador mítico chamado Licurgo. Após a elaboração, ele teria abandonado a cidade e, a partir daí, essas leis teriam se tornado inquestionáveis. Vez ou outra Licurgo aparecia para o conselho de anciãos e as modificava, e elas novamente se tornavam inquestionáveis.
Agora pense: o que torna uma pessoa intelectualmente interessante é, entre outras coisas, seu vocabulário, que lhe permite mil maneiras de se expressar sobre o mundo. Se você não se posiciona, ou é proibido de se posicionar, seu vocabulário vai se reduzindo, reduzindo... Você se torna um indivíduo lacônico, que significa de "vocabulário curto". A palavra lacônico tem sua origem em Esparta, que se situava na planície da Lacônia. Em função da rigidez das leis e da ausência de debates públicos em assembléias , a marca dos espartanos é o laconismo, "vocabulário reduzido"


Caracterize a democracia ateniense.
O Estado ateniense era uma democracia direta, em que as leis eram feitas pelos próprios cidadãos, e não por representantes eleitos. Uma democracia em que não havia soldados e marinheiros profissionais, nem juízes mantidos pelo Estado, nem legisladores eleitos.
Na Assembléia, da qual podiam participar todos os cidadão adultos do sexo masculino e que reunia mais ou menos quarenta vezes por ano, os atenienses discutiam e votavam os principais problemas do Estado - declaravam a guerra, firmavam tratados e decidiam onde aplicar os recursos públicos. Do mais pobre sapateiro ao mais rico comerciante, todos tinham oportunidade de expressar sua opinião votar e exercer um cargo no governo.



O que levou Atenas a tornar-se uma democracia?
Assim como desmistificaram a natureza, os gregos também retiraram o mito do domínio político. No Oriente Próximo, a lei era concebida pelos deuses e não podia ser separada da religião. Nem ela nem autoridade política podiam ser matéria do discurso racional. Atenas era única, pois tentava basear o Estado e sua autoridade na razão humana, respeitando o direito do cidadão de expressar suas idéias sobre o que é certo ou justo.



Explique o temor das outras cidades gregas com relação a Atenas.
Durante as guerras persas, as cidades-Estados organizaram uma confederação, a Liga de Delos, para se protegerem contra a Pérsia. Atenas, forte política e militarmente, acabou assumindo a liderança da Liga. Em grande parte devido à força militar naval ateniense, a Liga conseguiu varrer do mar Egeu persas e piratas. Assim, ela foi sendo colocada ao sabor dos interesses econômicos imperialistas de Atenas, que proibiu a saída dos Estados-membros, dispôs guarnições por toda a Grécia e utilizou o dinheiro da Liga para financiar obras públicas durante o Século de Péricles. Ainda que recebessem uma proteção efetiva, não fossem oneradas por pesados tributos e contassem com um intenso comércio, os Estados integrantes da Liga temiam a exploração e domínio ateniense.

O que foi o suicídio da Grécia das cidades?
Quando diminuiu a ameaça persa, o ódio ao imperialismo ateniense cresceu particularmente entre os espartanos e seus aliados, que criaram a Liga do Peloponeso, uma força militar terrestre, e se dedicaram pela guerra por sentirem sua independência ameaçada pelo imperialismo de Atenas. A guerra acabou representando o suicídio da Grécia das pólis independentes.


Em que circunstâncias ocorreu a invasão macedônica?
Enquanto as cidades gregas estavam envolvidas nas sucessivas guerras, surgia ao norte uma nova potência, a Macedônia. Seu rei, Filipe II, passara três anos como refém em Tebas, onde aprendera táticas militares gregas, enquanto observava o enfraquecimento dos Estados gregos nas guerras. Erigido ao poder em 359 a.C, com apenas 23 anos de idade, Filipe II converteu a Macedônia numa potência militar e deu início à conquista da Grécia.



Qual o papel de Alexandre na difusão da cultura grega?
Após o assassinato de Filipe II da Macedônia, em 336 a.C, subiu ao trono seu filho, Alexandre, cujo professor, o filósofo grego Aristóteles, ensinou-lhe o respeito à inteligência e a disciplina de espírito, e também os poemas de Homero. O jovem Alexandre deixou-se influenciar por essas histórias de heróis míticos que lutavam pela glória pessoal e ambicionava conquistar todo o Império Persa.
O exército de Alexandre construiu um império que se estendia desde a Grécia até a Índia. Suas conquistas aproximaram o Ocidente e o Oriente, assinalando o início de uma nova era.
Enquanto o comércio e as viagens entre o Ocidente e o Oriente se expandiam, mercadores e soldados gregos se estabeleciam em terras asiáticas e a cultura grega era transmitida a não-gregos, diminuíam as distinções entre bárbaros e helenos.


Quais as diferenças entre a cultura grega da pólis do período clássico e a cultura helenística?
A cultura grega da pólis era provinciana e fechada em si mesma. Cada cidade-Estado era independete e cultivava seus valores próprios.
A sociedade helenística caracterizava-se pelo intercâmbio de culturas. As tradições gregas espalhavam-se até o Oriente Próximo enquanto as mesopotâmicas, egípcias, hebraicas e persas expandiam-se para o Ocidente.
(Questões retiradas do livro: Oficina de História: história integrada, de Flávio de Campos e Renan Garcia Miranda)

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