sexta-feira, 28 de agosto de 2009

As Proteínas



As proteínas constituem o componente orgânico mais abundante na célula. E isso explica porque elas são as principais substâncias sólidas que formam praticamente todas as estruturas celulares. Ainda que possam fornecer energia, quando oxidadas, as proteínas são muito mais compostos plásticos ou estruturais do que mesmo energéticos. Revelam sempre elevado peso molecular, já que são formados pela polimerização de centenas de aminoácidos.
As proteínas mais simples que existem possuem, ao menos, algumas dezenas de aminoácidos encadeados. Elas desempenham as mais variadas funções na célula e no organismo.
Submetidas ao calor e aos ácidos, denaturam-se e se inativam.

As proteínas são substâncias representadas por moléculas enormes (juntamente com os lipídios, os ácidos nucléicos e os polissacarídeos, integram o grupo das macromoléculas). São sempre compostos quartenário, pois possuem carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.

A hidrólise completa de uma molécula protéica determina a liberação de grande número de aminoácidos. Aminoácidos ou ácidos aminados são os monômeros (moléculas unitárias) de todas as proteínas.
Os aminoácidos são compostos orgânicos cujas cadeias de carbono têm invariavelmente duas características: um radical COOH (carboxila ou grupamento ácido) e um radical NH2 ( grupamento amina). O restante da cadeia de carbono é que diferencia um aminoácido do outro, respondendo, portanto, pela individualidade de cada aminoácido.
Dessa maneira, todo e qualquer aminoácido pode ser representado por uma "fórmula geral" na qual distinguimos um átomo central de carbono - o carbono alfa - que se liga, por um lado, ao grupo COOH, por outro ao grupamento amina, por uma terceira valência a um hidrogênio e pela quarta valência ao radical R, que dá a personalidade ou individualidade ao aminoácido.

20 Aminoácidos mais comuns

Glicina (GLI) / Treonina (TRE)
Alanina (ALA) / Cisteína (CIS)
Valina (VAL) / Tirosina (TIR)
Leucina (LEU) / Asparagina (ASN)
Isoleucina (ILE) / Glutamina (GLN)
Metionina (MET) / Ácido Aspártico (ASP)
Fenilalanina (FEN) / Ácido Glutâmico (GLU)
Triptofano (TRI) / Lisina (LIS)
Prolina (PRO) / Arginina (ARG)
Serina (SER) / Histidina (HIS)


Os aminoácidos se encadeiam uns aos outros por meio de ligações peptídicas.
As ligações peptídicas se fazem entre o grupo COOH de um e o radical NH2 de outro, com a saída de uma molécula de água.
A seqüência de aminoácidos em cadeias peptídicas determina, pelo nº de moléculas que se combinam, a formação de dipeptídeos, tripeptídeos ou polipeptídeos (polímeros com mais de três aminoácidos).

A ordem de disposição dos aminoácidos ao longo da cadeia protéica constitui o que se chama de estrutura primária da proteína e é, essencialmente, o cartão de apresentação da mesma. Basta uma inversão de posição entre dois aminoácidos, a ausência ou a presença de mais um em qualquer outro ponto da seqüência para que já se tenha uma nova proteína diferente, com propriedades diversas da primeira.
As cadeias polipeptídicas descrevem uma trajetória helicoidal no espaço conhecido como alfa-hélice e que constitui a estrutura secundária da molécula protéica.
Por fim, a longa cadeia helicoidal tem uns pontos ligados a outros distantes, o que a faz tomar a forma de um novelo emaranhado. Isso caracteriza a estrutura terciária das proteínas.
Às vezes, 2, 3 ou 4 moléculas polipeptídicas distintas se associam, formando uma molécula maior. Nessa condição, se configura a chamada estrutura quartenária da proteína em questão.

Algumas moléculas protéicas se mostram como finos filamentos longos que são insolúveis na água. Essas são as chamadas proteínas fibrosas, como sucede com o colágeno (que forma as fibras colágenas do tecido conjuntivo) e a fibrina (responsável pela coagulação do sangue).
Na maioria dos casos, entretanto, a molécula protéica é formada por cadeias polipeptídicas que se enroscam, como um novelo, assumindo o aspecto globular. Assim se formam as proteínas globulares que participam das estruturas celulares (na membrana plasmática, no colóide citoplasmático, na formação dos cromossomos e genes, etc.), bem como as que têm ação ativadora das reações químicas e são conhecidas como enzimas. Nestas últimas, o contorno que a molécula assume é muito importante para justificar o seu mecanismo de assam.

Existem proteínas simples, que são formadas apenas pelo encadeamento de aminoácidosm e proteínas complexas, em cuja composição se encontra, além das cadeias polipeptídicas, um radical não protéico que lhe oferece alguma propriedade especial. (glicoproteínas, lipoproteínas, comoproteínas e as nucleoproteínas)

OBS: As nucleoproteínas se constituem de uma parte proteíca e um radical prostético, representado por um ácido nucléico.


(Grande parte dos dados deste post são resumos do livro texto de biologia de José Luís Soares)


terça-feira, 18 de agosto de 2009

Grécia antiga




Linha do tempo que mostra os principais períodos da Grécia Antiga:







De que maneira a explicação de Hipócrates para a epilepsia ilustra o método científico dos gregos?
O médico grego Hipócrates (460-377 a.C) foi o primeiro a olhar para um homem tendo um ataque epiléptico - doença que faz com que as pessoas caiam ao solo, comportando-se como se já não mais tivessem o controle do seu corpo - e dizer: " Não há nenhum deus aí dentro; é um fenômeno do corpo desse indivíduo. "
Todos os outros povos da Antigüidade davam uma explicação mística para o fenômeno. Viam deuses e demônios na epilepsia, chamada de "doença sagrada". Hipócrates afirmava que todas as doenças possuem uma causa natural, não devendo ser encaradas como uma punição divina.
A explicação de Hipócrates para a epilepsia ilustra o que a Grécia Antiga nos proporcionou: a idéia da investigação sistemática, de que o mundo é regido por leis da natureza, e não por deuses cheios de caprichos.



Quem eram os micênicos?
Em tornos de 2000a.C, tribos indo-européias rumaram para o sul, em direção à península grega, onde juntamente com a população pré-grega, formaram a civilização micênica.
Micenas, local extremamente fortificado, foi descoberta após escavações arqueológicas. Em uma série de sepulturas, foram encontradas extraordinárias máscaras de ouro, jóias e armas de bronze pertencentes a essa civilização, cuja existência foi datada entre aproximadamente 1600 a 1150 a.C.
Os micênicos legaram à civilização grega posterior suas crenças religiosas, a arte da cerâmica, a metalurgia, a agricultura, a lingua, um código de honra imortalizado nas epopéias homéricas, além de mitos e lendas que continham a matéria para as tragédias gregas.


Como ocorreu o fim da civilização micênica?
Guerras constantes entre seus reinos, perturbações sociais internas que enfraqueceram as camadas dirigentes e, provavelmente, mudanças climáticas prejudiciais à agricultura levaram à desintegração da civilização micênica por volta de 1150 a.C.



Qual o papel das epopéias de Homero na compreensão do homem grego?
Em Homero fica claro que a guerra era um dos valores primordiais dos gregos. Rivalizar, competir era o único modo de ser digno aos deuses. A excelência humana era conferida principalmente pela bravura e habilidade na batalha. O mundo grego considerava a violência como algo absolutamente natural e um meio para se obterem metais e escravos.



Existiu uma "Guerra de Tróia"? Justifique sua resposta.
Não há certeza a respeito deste fato. Estudos arqueológicos contestam vários episódios narrados na Ilíada. As mais recentes escavações feitas no local levaram a concluir que Tróia não foi destruída por um incêndio. Há provas claras de que o que houve ali foi um terremoto. Diante disso, o historiador inglês Moses Finley, falecido em 1986, propôs que se retirasse definitivamente a Guerra de Tróia dos livros de História. Segundo ele, não há uma só prova consistente de que a guerra entre troianos e gregos tenha acontecido.


Caracterize a pólis grega.
Pouco a pouco, as cidades-Estados gregas - definidas como pólis ou urbes - foram surgindo. Essas urbes não têm certidão de nascimento. Só as reconhecemos quando já estavam funcionando, por volta do final do século IX e no século VIII a.C. Além disso, não houve um desenvolvimento simultâneo.
Cada pólis era independente, tinha suas próprias instituições e freqüentemente entrava em atrito com as outras. Sua dimensão era pequena; a maioria delas tinha menos de 5 mil cidadãos do sexo masculino. Atenas, que era uma grande cidade-Estado, contava com cerca de 35 mil cidadãos homens; o resto de seus 350 mil habitantes era constituído de mulheres, crianças, estrangeiros residentes e escravos, nenhum dos quais tinha direitos políticos.


Qual a relação entre o laconismo e a civilização espartana?
Ao contrário de Atenas, em que as leis eram discutidas por todos os cidadãos, Esparta adotava uma forte rigidez nas leis, que teriam sido atribuídas a um legislador mítico chamado Licurgo. Após a elaboração, ele teria abandonado a cidade e, a partir daí, essas leis teriam se tornado inquestionáveis. Vez ou outra Licurgo aparecia para o conselho de anciãos e as modificava, e elas novamente se tornavam inquestionáveis.
Agora pense: o que torna uma pessoa intelectualmente interessante é, entre outras coisas, seu vocabulário, que lhe permite mil maneiras de se expressar sobre o mundo. Se você não se posiciona, ou é proibido de se posicionar, seu vocabulário vai se reduzindo, reduzindo... Você se torna um indivíduo lacônico, que significa de "vocabulário curto". A palavra lacônico tem sua origem em Esparta, que se situava na planície da Lacônia. Em função da rigidez das leis e da ausência de debates públicos em assembléias , a marca dos espartanos é o laconismo, "vocabulário reduzido"


Caracterize a democracia ateniense.
O Estado ateniense era uma democracia direta, em que as leis eram feitas pelos próprios cidadãos, e não por representantes eleitos. Uma democracia em que não havia soldados e marinheiros profissionais, nem juízes mantidos pelo Estado, nem legisladores eleitos.
Na Assembléia, da qual podiam participar todos os cidadão adultos do sexo masculino e que reunia mais ou menos quarenta vezes por ano, os atenienses discutiam e votavam os principais problemas do Estado - declaravam a guerra, firmavam tratados e decidiam onde aplicar os recursos públicos. Do mais pobre sapateiro ao mais rico comerciante, todos tinham oportunidade de expressar sua opinião votar e exercer um cargo no governo.



O que levou Atenas a tornar-se uma democracia?
Assim como desmistificaram a natureza, os gregos também retiraram o mito do domínio político. No Oriente Próximo, a lei era concebida pelos deuses e não podia ser separada da religião. Nem ela nem autoridade política podiam ser matéria do discurso racional. Atenas era única, pois tentava basear o Estado e sua autoridade na razão humana, respeitando o direito do cidadão de expressar suas idéias sobre o que é certo ou justo.



Explique o temor das outras cidades gregas com relação a Atenas.
Durante as guerras persas, as cidades-Estados organizaram uma confederação, a Liga de Delos, para se protegerem contra a Pérsia. Atenas, forte política e militarmente, acabou assumindo a liderança da Liga. Em grande parte devido à força militar naval ateniense, a Liga conseguiu varrer do mar Egeu persas e piratas. Assim, ela foi sendo colocada ao sabor dos interesses econômicos imperialistas de Atenas, que proibiu a saída dos Estados-membros, dispôs guarnições por toda a Grécia e utilizou o dinheiro da Liga para financiar obras públicas durante o Século de Péricles. Ainda que recebessem uma proteção efetiva, não fossem oneradas por pesados tributos e contassem com um intenso comércio, os Estados integrantes da Liga temiam a exploração e domínio ateniense.

O que foi o suicídio da Grécia das cidades?
Quando diminuiu a ameaça persa, o ódio ao imperialismo ateniense cresceu particularmente entre os espartanos e seus aliados, que criaram a Liga do Peloponeso, uma força militar terrestre, e se dedicaram pela guerra por sentirem sua independência ameaçada pelo imperialismo de Atenas. A guerra acabou representando o suicídio da Grécia das pólis independentes.


Em que circunstâncias ocorreu a invasão macedônica?
Enquanto as cidades gregas estavam envolvidas nas sucessivas guerras, surgia ao norte uma nova potência, a Macedônia. Seu rei, Filipe II, passara três anos como refém em Tebas, onde aprendera táticas militares gregas, enquanto observava o enfraquecimento dos Estados gregos nas guerras. Erigido ao poder em 359 a.C, com apenas 23 anos de idade, Filipe II converteu a Macedônia numa potência militar e deu início à conquista da Grécia.



Qual o papel de Alexandre na difusão da cultura grega?
Após o assassinato de Filipe II da Macedônia, em 336 a.C, subiu ao trono seu filho, Alexandre, cujo professor, o filósofo grego Aristóteles, ensinou-lhe o respeito à inteligência e a disciplina de espírito, e também os poemas de Homero. O jovem Alexandre deixou-se influenciar por essas histórias de heróis míticos que lutavam pela glória pessoal e ambicionava conquistar todo o Império Persa.
O exército de Alexandre construiu um império que se estendia desde a Grécia até a Índia. Suas conquistas aproximaram o Ocidente e o Oriente, assinalando o início de uma nova era.
Enquanto o comércio e as viagens entre o Ocidente e o Oriente se expandiam, mercadores e soldados gregos se estabeleciam em terras asiáticas e a cultura grega era transmitida a não-gregos, diminuíam as distinções entre bárbaros e helenos.


Quais as diferenças entre a cultura grega da pólis do período clássico e a cultura helenística?
A cultura grega da pólis era provinciana e fechada em si mesma. Cada cidade-Estado era independete e cultivava seus valores próprios.
A sociedade helenística caracterizava-se pelo intercâmbio de culturas. As tradições gregas espalhavam-se até o Oriente Próximo enquanto as mesopotâmicas, egípcias, hebraicas e persas expandiam-se para o Ocidente.
(Questões retiradas do livro: Oficina de História: história integrada, de Flávio de Campos e Renan Garcia Miranda)